O gene TMPRSS2 codifica a Serina- Protease transmembranar 2, uma serina que cliva e ativa proteoliticamente as glicoproteínas do “spike” do SARS-CoV-2, que facilita a fusão da membrana da célula-com o vírus; As proteínas “spike” são sintetizadas e mantidas em estados precursores de dobragem intermediária e a proteólise permite a redobragem e liberação de energia necessárias para criar ligações estáveis entre as células e o vírus.
Esta serina protease facilita a infecção humana por vários vírus, entre eles o SARS-CoV-2, por meio de dois mecanismos independentes: (1) clivagem proteolítica da ACE2, que pode promover a captação viral; e (2) clivagem da glicoproteína do “spike” SARS-CoV-2, que ativa a glicoproteína para a entrada na célula hospedeira, independente de catepsina-L. TMPRSS2 é essencial para a disseminação e patogênese da COVID-19, sendo expressa em maior quantidade nas células pulmonares conhecidas como pneumócitos tipo II que ajudam a manter os alvéolos e enterócitos que revestem o intestino delgado.
Devido a isso, inibidores de serina protease tem sido estudados para tratamento da COVID-19, pois inibiriam a entrada do SARS-CoV-2 nas células do hospedeiro. .O hormônio DHT (di-hidrotesterona) aumenta a expressão de TMPRSS2, o que ajuda a explicar a maior incidência de COVID-19 em homens.
Entretanto, é importante salientar que mulheres portadores de síndrome do ovário policístico podem apresentar maiores níveis de DHT, o que pode levar a aumento da expressão de TMPRSS2 e hipoteticamente, ainda são necessários mais estudos, levar ao aumento de risco à COVID-19. Há relatos na literatura que o genótipo GG do polimorfismo rs2070788 do gene TMPRSS2 leve a maior expressão e risco aproximadamente 2x maior de desenvolvimento de quadro severo devido a infecção pelo H1N1. Portanto, o genótipo GG, potencialmente também pode levar a maior suscetibilidade ao desenvolvimento de quadros graves da COVId-19. Apenas, uma hipótese, que necessita de mais estudos para confirmação.
