Suscetibilidade Genética à COVID-19 – Gene ACE2 – Post 1

O gene ACE2 codifica a enzima ACE2, que  pertence à família das enzimas conversoras de dipeptidilcarboxipeptidases a qual  possui considerável homologia com a enzima conversora da angiotensina 1. ACE2  catalisa a clivagem da angiotensina I em angiotensina 1-9 e da angiotensina II no vasodilatador angiotensina 1-7. ACE2  desempenha diversas funções, inclusive na regulação da função cardiovascular e renal, bem como na fertilidade. Além disso, ACE2 e um receptor funcional da glicoproteína “spike” do coronavírus humano HCoV-NL63 e dos coronavírus da síndrome respiratória aguda grave humana, SARS-CoV e SARS-CoV-2 (vírus da  COVID-19). O SARCOVS-2 entra  na célula através da ACE2,  serina proteases transmembranares tipo II (TMPRSS2) e furina.. A proteína S (spike) do coronavírus da COVID-19 se liga à ACE2 com alta afinidade.

Dois trabalhos Italianos, recentemente publicados relataram que o gene ACE2 é expresso em maiores níveis nas células caliciformes do nariz, que secretam muco; células pulmonares conhecidas como pneumócitos tipo II que ajudam a manter os alvéolos e enterócitos que revestem o intestino delgado e estão envolvidos na absorção de nutrientes. A ligação da proteína S do SARS-CoV-2 a ACE2 desencadeia uma alteração conformacional na proteína S do coronavírus, permitindo a digestão proteolítica pelas proteases das células hospedeiras (TMPRSS2), facilitando assim a fusão com a membrana da célula humana e subsequente resposta do sistema imunológico. 

Um outro estudo Italiano, sugeriu que o receptor de ácido sialico também possa servir como porta de entrada do SARS-CoV-2.

Alguns estudos tem levantado a hipótese de que o interferon que tem uma ação anti-viral possa levar a aumento da expressão de ACE2 e assim contribuir para maior risco de infecção, mais estudos são necessários para confirmar essa hipótese.

Portadores do alelo A do polimorfismo rs2285666 do gene ACE2, apresentam maiores níveis de expressão quando comparados aos portadores do alelo G em homozigose.

Portanto, hipoteticamente, são necessários mais estudos para confirmar,  portadores do alelo A podem levar a maior suscetibilidade à COVID-19.